Olá, papais e mamães!

Se seu filho começou a apresentar rigidez na pele, dificuldade para dobrar os dedos e sensibilidade ao frio, é importante procurar um especialista. Esses sintomas podem estar relacionados à esclerose sistêmica, uma doença autoimune rara que pode afetar não apenas a pele, mas também órgãos internos.

Eu sou a Dra. Ana Maria Loroño, reumatologista pediátrica, e vou explicar o que é essa condição, quais são os sinais de alerta e como podemos ajudar seu filho a ter uma boa qualidade de vida.

O que é a Esclerose Sistêmica?

A esclerose sistêmica é uma doença autoimune crônica que causa fibrose (endurecimento) da pele e, em alguns casos, de órgãos como pulmões, coração e rins. O sistema imunológico ataca o próprio corpo, levando à produção excessiva de colágeno.

Existem dois tipos principais da doença:

  1. Esclerose Sistêmica Limitada: afeta principalmente a pele das mãos, rosto e extremidades. Pode estar associada à Síndrome de CREST (calcinoses, fenômeno de Raynaud, disfunção esofágica, esclerodactilia e telangiectasias).
  2. Esclerose Sistêmica Difusa: envolve áreas maiores do corpo e pode atingir órgãos internos, exigindo acompanhamento mais rigoroso.

Quais são os sintomas?

Endurecimento da pele, principalmente nas mãos e no rosto
Fenômeno de Raynaud (dedos que ficam brancos ou roxos com o frio)
Dificuldade para engolir alimentos
Inchaço e rigidez nos dedos
Fadiga e falta de ar em casos avançados

A progressão da doença pode variar muito de paciente para paciente, e o diagnóstico precoce é essencial para evitar complicações.

Como a Esclerose Sistêmica é diagnosticada?

O diagnóstico é baseado no exame clínico e pode incluir:

  • Exames de sangue: pesquisa de anticorpos específicos, como o anticorpo anti-Scl-70.
  • Capilaroscopia periungueal: avaliação dos vasos sanguíneos das unhas.
  • Tomografia ou ecocardiograma: para monitorar possíveis danos nos pulmões e coração.

Existe tratamento?

Não há cura para a esclerose sistêmica, mas o tratamento pode melhorar os sintomas e evitar complicações.

As abordagens incluem:

Imunossupressores: para reduzir a resposta autoimune.
Fisioterapia e terapia ocupacional: para manter a mobilidade das articulações.
Medicações para o Fenômeno de Raynaud: como bloqueadores de canais de cálcio.
Monitoramento pulmonar e cardíaco: para evitar complicações graves.

Quando devo procurar um especialista?

Se seu filho apresentar rigidez progressiva da pele, dificuldade para dobrar os dedos ou mudanças na coloração das mãos com o frio, é essencial procurar um reumatologista pediátrico.

Agende uma consulta para esclarecer dúvidas e iniciar um acompanhamento adequado!

Dra. Ana Maria Loroño
Reumatologista Pediátrica | Pediatra
CRM/SP 171072 | RQE 935751

Referências Científicas:
  • Denton CP, Khanna D. Systemic sclerosis. Lancet. 2017.
Kowal-Bielecka O, Fransen J. EULAR recommendations for the treatment of systemic sclerosis. Ann Rheum Dis. 2009.