Olá, papais e mamães! Vocês já ouviram falar da síndrome antifosfolípide (SAF)? Embora seja mais comum em adultos, essa condição também pode afetar crianças, aumentando o risco de tromboses e problemas circulatórios. Identificar os sinais precocemente é fundamental para evitar complicações graves.

Eu sou a Dra. Ana Maria Loroño, reumatologista pediátrica, e neste artigo explico tudo sobre a síndrome antifosfolípide, seus sintomas, diagnóstico e tratamento.

O que é a síndrome antifosfolípide?

A síndrome antifosfolípide é uma doença autoimune na qual o sistema imunológico produz anticorpos contra fosfolipídios, componentes essenciais da membrana celular. Essa reação aumenta a coagulação do sangue, podendo levar a tromboses em veias e artérias.

Nos casos pediátricos, a SAF pode ser primária (quando ocorre isoladamente) ou secundária (associada a outras doenças autoimunes, como o lúpus eritematoso sistêmico).

Principais sintomas

Os sinais da síndrome antifosfolípide podem variar de criança para criança. Os mais comuns incluem:

  • Tromboses: formação de coágulos nas pernas, pulmões ou cérebro.
  • Livedo reticularis: manchas roxas na pele devido à má circulação.
  • Acidente vascular cerebral (AVC) precoce: raro, mas pode ocorrer.
  • Abortos de repetição (em adolescentes ou história familiar).
  • Plaquetas baixas (trombocitopenia): pode causar sangramentos.
  • Dores de cabeça frequentes: podendo evoluir para enxaquecas.
  • Comprometimento renal ou cardíaco em casos mais graves.

Se seu filho apresentar algum desses sintomas, é essencial procurar um especialista para avaliação.

Como é feito o diagnóstico?

O diagnóstico da SAF é clínico e laboratorial, baseado na presença de tromboses e na detecção de anticorpos específicos no sangue. Os principais exames incluem:

  • Testes de anticorpos antifosfolípides: anticoagulante lúpico, anticardiolipina e anti-β2-glicoproteína I.
  • Hemograma: para avaliar plaquetas e sinais de inflamação.
  • Exames de coagulação: como tempo de protrombina e tempo de tromboplastina parcial ativada (TTPA).
  • Ultrassonografia Doppler: para avaliar a circulação e descartar tromboses.

Tratamento e cuidados

O tratamento da SAF tem como objetivo reduzir o risco de tromboses e melhorar a circulação sanguínea. As principais abordagens incluem:

  • Uso de anticoagulantes: medicamentos como heparina e varfarina são usados para prevenir coágulos.
  • Acompanhamento rigoroso: exames periódicos para monitorar a coagulação.
  • Estilo de vida saudável: alimentação equilibrada, hidratação e atividades físicas ajudam a manter a circulação adequada.
  • Tratamento de doenças associadas: se a SAF estiver relacionada a lúpus ou outras condições autoimunes, é necessário um manejo integrado.

Quando procurar um especialista?

Se seu filho apresentar sintomas como tromboses recorrentes, manchas roxas na pele sem explicação ou histórico familiar de problemas de coagulação, consulte um reumatologista pediátrico o quanto antes.

O diagnóstico precoce e o acompanhamento adequado são essenciais para evitar complicações e garantir mais qualidade de vida.

Se precisar de uma avaliação ou orientação, agende uma consulta!

Dra. Ana Maria Loroño
Reumatologista Pediátrica | Pediatra
CRM/SP 171072 | RQE 935751