Olá, papais e mamães! Vocês sabiam que a genética pode desempenhar um papel importante no desenvolvimento de doenças reumatológicas em crianças? Muitas dessas condições possuem um componente hereditário, o que significa que algumas crianças podem ter maior predisposição a desenvolvê-las.

Eu sou a Dra. Ana Maria Loroño, reumatologista pediátrica, e neste artigo explico como a genética influencia as doenças reumatológicas infantis e quais fatores podem aumentar o risco dessas condições.

A genética influencia as doenças reumatológicas?

As doenças reumatológicas infantis são doenças autoimunes e inflamatórias, nas quais o sistema imunológico ataca tecidos saudáveis do próprio corpo. Embora a causa exata dessas condições ainda não seja totalmente compreendida, sabemos que fatores genéticos desempenham um papel fundamental.

Isso significa que crianças que possuem parentes com doenças autoimunes podem ter maior risco de desenvolver essas condições. No entanto, a genética não é o único fator determinante – fatores ambientais, infecções e até mesmo o estresse podem influenciar o desenvolvimento dessas doenças.

Principais doenças reumatológicas com influência genética

Algumas das doenças reumatológicas mais comuns na infância que possuem um componente genético incluem:

  • Artrite Idiopática Juvenil (AIJ): estudos mostram que certos genes podem aumentar a suscetibilidade à AIJ, especialmente aqueles ligados ao sistema HLA.
  • Lúpus Eritematoso Sistêmico (LES): há uma forte associação genética, especialmente em famílias com histórico da doença.
  • Espondiloartrites: condições como artrite relacionada à entesite são mais comuns em crianças com o gene HLA-B27.
  • Doença de Kawasaki: pode ter predisposição genética, embora fatores ambientais também desempenhem um papel importante.
  • Síndrome de Sjögren juvenil: estudos sugerem que a hereditariedade influencia a resposta autoimune.

Se houver histórico familiar de doenças reumatológicas, é importante ficar atento aos primeiros sinais e buscar avaliação médica caso necessário.

Fatores ambientais também influenciam?

Sim! A genética sozinha não determina se uma criança terá ou não uma doença reumatológica. Outros fatores podem influenciar o desenvolvimento dessas condições, incluindo:

  • Infecções virais e bacterianas: podem desencadear uma resposta autoimune em crianças geneticamente predispostas.
  • Exposição a poluentes e toxinas: pode afetar a resposta do sistema imunológico.
  • Níveis elevados de estresse: podem agravar processos inflamatórios.
  • Alterações hormonais: o desenvolvimento da doença pode ser influenciado por fases da infância e adolescência.

O diagnóstico genético pode ajudar?

Embora ainda não exista um teste genético específico para diagnosticar doenças reumatológicas, alguns exames ajudam a identificar predisposição genética e a diferenciar doenças semelhantes. Os principais incluem:

  • Tipagem HLA: utilizada para investigar predisposição genética em espondiloartrites.
  • Exames de autoanticorpos: como FAN, anti-DNA e ANCA, ajudam a diagnosticar doenças autoimunes.
  • Estudos familiares: análise do histórico clínico pode auxiliar no diagnóstico precoce.

O acompanhamento com um reumatologista pediátrico é essencial para identificar fatores de risco e iniciar o tratamento o quanto antes, caso necessário.

Quando procurar um especialista?

Se houver histórico familiar de doenças autoimunes e seu filho apresentar sintomas como dores articulares persistentes, fadiga extrema, erupções cutâneas ou febre sem causa aparente, consulte um reumatologista pediátrico.

A genética pode aumentar a predisposição, mas o diagnóstico precoce e o tratamento adequado são fundamentais para garantir qualidade de vida à criança.

Se precisar de uma avaliação ou orientação, agende uma consulta!

Dra. Ana Maria Loroño
Reumatologista Pediátrica | Pediatra
CRM/SP 171072 | RQE 935751