Olá, papais e mamães! Vocês já notaram que seu filho está mais cansado do que o normal, tem dificuldade para brincar ou realizar atividades diárias? A fadiga pode ser apenas um sintoma passageiro, mas em alguns casos pode indicar uma doença reumatológica subjacente.

Eu sou a Dra. Ana Maria Loroño, reumatologista pediátrica, e neste artigo explico quando a fadiga em crianças merece atenção e quais sinais podem indicar uma doença inflamatória crônica.

O que é a fadiga e por que ela acontece?

A fadiga é um sintoma comum e pode ter diversas causas, desde falta de sono adequado até infecções virais. No entanto, quando a fadiga se torna persistente, intensa e afeta a rotina da criança, pode ser um indicativo de uma condição mais séria.

A fadiga relacionada às doenças reumatológicas ocorre porque o sistema imunológico está em constante estado de alerta, causando inflamação crônica e desgaste energético. Isso pode afetar músculos, articulações e até órgãos internos.

Quando a fadiga pode indicar uma doença reumatológica?

Nem toda criança cansada tem um problema de saúde, mas alguns sinais devem ser observados com atenção, como:

  • Fadiga persistente por semanas ou meses: quando o cansaço não melhora mesmo com descanso.
  • Dor nas articulações e músculos: principalmente ao acordar ou após períodos de repouso.
  • Febre baixa frequente: sem causa aparente.
  • Rigidez matinal: dificuldade para se movimentar ao despertar.
  • Perda de peso e falta de apetite: sinais que podem acompanhar doenças autoimunes.
  • Erupções cutâneas ou manchas na pele: sintomas comuns em condições como lúpus e dermatomiosite juvenil.

Se seu filho apresenta um ou mais desses sintomas, é essencial buscar uma avaliação médica.

Quais doenças reumatológicas podem causar fadiga em crianças?

Diversas condições podem ter a fadiga como um dos principais sintomas, incluindo:

  • Artrite Idiopática Juvenil (AIJ): inflamação das articulações que pode causar dor, rigidez e fadiga constante.
  • Lúpus Eritematoso Sistêmico: doença autoimune que afeta vários órgãos e pode causar fadiga extrema.
  • Dermatomiosite Juvenil: inflamação dos músculos e pele, levando a fraqueza muscular e cansaço.
  • Síndrome da Fadiga Crônica: condição rara, caracterizada por cansaço extremo e persistente sem causa aparente.
  • Vasculites: inflamações nos vasos sanguíneos que podem comprometer o fluxo de oxigênio e nutrientes para os tecidos, causando fadiga.

Como é feito o diagnóstico?

O diagnóstico é baseado na história clínica e exames complementares. Entre os principais testes que podem ser solicitados estão:

  • Exames de sangue: para avaliar inflamação, anemia e função imunológica (PCR, VHS, hemograma).
  • Exames de imagem: ultrassonografia ou ressonância magnética para detectar inflamação nas articulações.
  • Testes imunológicos: pesquisa de autoanticorpos para identificar doenças autoimunes.

Existe tratamento para a fadiga associada a doenças reumatológicas?

O tratamento depende da causa subjacente e pode incluir:

  • Medicamentos anti-inflamatórios e imunossupressores: para controlar a inflamação e aliviar sintomas.
  • Fisioterapia e atividade física leve: ajudam a fortalecer os músculos e reduzir a fadiga.
  • Suporte nutricional: alimentação equilibrada pode ajudar a melhorar a energia e a disposição.
  • Acompanhamento psicológico: crianças com fadiga crônica podem se beneficiar de apoio emocional.

Quando procurar um especialista?

Se seu filho apresenta fadiga persistente, associada a outros sintomas como dores articulares, febre, erupções cutâneas ou perda de peso, é fundamental procurar um reumatologista pediátrico para uma avaliação detalhada.

O diagnóstico precoce e o tratamento adequado podem evitar complicações e melhorar a qualidade de vida da criança.

Se precisar de uma avaliação ou orientação, agende uma consulta!

Dra. Ana Maria Loroño
Reumatologista Pediátrica | Pediatra
CRM/SP 171072 | RQE 935751